41-98817-8383 isidorodiniz@isidorodiniz.com.brRua Atílio Bório, 1320 cj. 02

Fando e Liz

Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo dá continuidade ao seu trabalho de investigação com a montagem de “Fando e Lis”, uma das principais obras do espanhol Fernando Arrabal. Continuando sua temporada após o XV Festival de Teatro de Curitiba .

“Fando e Lis”, nos palcos durante o XV Festival de Teatro de Curitiba, foi considerada e aclamado pelos críticos um dos destaques do Fringe.

A critica e dramaturga Marici Salomão aponta o espetáculo como “Montagem curitibana revela a maturidade da cena local, convidando o espectador a desvendar significados.”
O espetáculo é como se fosse um quebra –cabeça estimulando o público a pensar e acompanhar os fatos narrados .O sucesso se consolidou com “casa cheia “ aceitação de publico e critica especializada.

O Teatro do Absurdo sempre rendeu acaloradas discussões em torno de temas existencialistas. Pertencente a essa vertente do teatro, Arrabal constrói personagens desenraizados e imóveis, representantes de uma humanidade em escombros. 
“Fando e Lis” é uma de suas obras que ganha uma nova montagem durante o Festival de Teatro de Curitiba com direção de Maurício Vogue. A proposta do diretor é discutir o caos existente na relação do homem com ele próprio e com o meio em que vive buscando através da expressão corporal o cotidiano nas ações das personagens.

O enredo é fortemente marcado pela interdependência entre Lis, uma mulher paralítica, e seu companheiro Fando que a conduz a bordo de um carrinho a caminho de Tar, um lugar idealizado. Entre eles há um relacionamento vicioso marcado não só pela dependência física de Lis, mas também por um histórico de violência e afetividade. Fando, de modo sádico, aproveita-se da condição de Lis para cometer abusos físicos e morais, espancando-a e expondo o corpo nu da mulher para que outros homens admirem, além de acorrentá-la ao carrinho. Nesse contexto, a voracidade que fere é a mesma que acaricia, pois os maus tratos logo dão lugar a promessas de mudanças e perspectivas de uma vida feliz em Tar. 
Outras três personagens completam a ironia sutil da peça. Namur, Mitaro e Toso, os homens de guarda-chuva, também parecem viver um relacionamento de dependência e caminham juntos em direção a Tar, encontrando Fando e Lis nesse percurso. A constante busca por esse lugar é o pano de fundo no qual vão se delinear as relações entre as personagens.
“Fando e Lis” instiga uma reflexão sobre o caráter universal e atemporal de sua temática. Apesar de escrita em 1953, a peça continua atual ao encaixar-se sob várias facetas da sociedade contemporânea. As metáforas presentes em Lis provocam no público uma catarse que se inicia dentro do espaço cênico, mas se concretiza fora dele à medida que se confrontam com essa realidade dia após dia. 

O projeto foi idealizado pelo produtor Isidoro Diniz que sempre esteve envolvido com projetos que visam o aprofundamento da pesquisa. Para ele, a peça representa o fechamento de um ciclo, pois há dez anos atrás Diniz já apreciava a obra do autor quando produziu “O Arquiteto e Imperador da Assíria“. Agora, completa esse ciclo com “Fando e Lis”.Isidoro Diniz e a produtora executiva Jéssica Beatriz mantiveram contato com o autor desde o inicio do projeto, o qual se mostrou disposto a esclarecer dúvidas durante o processo de pesquisa ,apoiando e incentivando a proposta da Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo.